Alta do dólar: entenda as movimentações que afetam o câmbio

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3 min de leitura

Por: Confidence Câmbio • 29/11/2024

Nos últimos dias, o dólar teve alta no Brasil e atingiu patamares históricos, com o dólar à vista ultrapassando pela primeira vez a marca dos R$ 6,00. Esse movimento reflete a reação do mercado a um pacote fiscal anunciado pelo governo, que visou a economia de bilhões, mas também gerou incertezas entre os investidores. Entenda o que está por trás desse aumento na cotação do dólar e como ele pode influenciar a economia do Brasil.

O que influencia a alta do dólar hoje?

A cotação do dólar tem sido influenciada por uma série de fatores, sendo o mais recente o anúncio do governo sobre o pacote fiscal e a reforma do Imposto de Renda. Ontem, o dólar fechou o dia cotado a R$ 5,99, marcando um aumento significativo de 1,30%. Este foi o maior valor de fechamento nominal da história da moeda americana no Brasil.

Esse aumento ocorre em meio a um contexto de incerteza gerada pelo pacote fiscal do governo, que promete economizar 71,9 bilhões de reais entre 2025 e 2026. Entretanto, a reação do mercado tem sido de desconfiança em relação às medidas propostas, principalmente devido às novas regras do Imposto de Renda, que incluem a expansão da faixa de isenção para quem ganha até R$ 5.000 por mês a partir de 2026.

Como o pacote fiscal afeta a cotação do dólar?

A principal razão para a desconfiança do mercado em relação ao valor do dólar atualmente está no fato de que o pacote fiscal não trouxe medidas claras de corte de gastos, como o mercado esperava. Muitos analistas acreditam que o governo não entregou um pacote robusto de ajustes fiscais, o que gerou incerteza quanto à capacidade do Brasil de controlar sua dívida pública e, consequentemente, afetou a cotação do dólar.

Além disso, o fato do governo aumentar a isenção do Imposto de Renda para uma parte da população, sem compensações fiscais suficientes, aumentou os receios sobre o impacto no orçamento do país. Essa falta de clareza no pacote fiscal, somada à introdução da reforma do IR, fez com que a cotação do dólar subisse rapidamente, atingindo a marca histórica de R$ 6,00.

O Banco Central e a volatilidade do câmbio

Uma questão importante que também afeta quanto está o dólar atualmente é a decisão do Banco Central de não intervir diretamente no mercado cambial. Apesar da forte pressão no mercado de câmbio e da alta do dólar, o BC optou por não realizar leilões extras de moeda, prática que tem sido comum nos últimos anos em momentos de grande volatilidade.

A decisão de não atuar no mercado cambial foi criticada por alguns economistas, que afirmam que a intervenção do BC poderia ajudar a reduzir a volatilidade do dólar hoje.

O impacto da reforma do Imposto de Renda na cotação

Entre as medidas anunciadas pelo governo, uma das mais comentadas foi a reforma do Imposto de Renda. O aumento da faixa de isenção para quem recebe até R$ 5.000 mensais a partir de 2026 pode ter um impacto significativo na economia, mas os investidores não reagiram positivamente a essa proposta.

Embora o governo tenha afirmado que a compensação viria por meio de uma maior taxação de quem ganha acima de R$ 50.000 mensais, essa medida não foi suficiente para tranquilizar o mercado. A cotação do dólar subiu com a incerteza em torno dessas mudanças, deixando os investidores com receio de que o pacote fiscal não seja suficiente para manter o equilíbrio fiscal do país.

O que esperar para os próximos dias?

Com o aumento da cotação dólar, muitos brasileiros se perguntam como essa alta impactará suas finanças. A flutuação da moeda americana pode afetar o preço de produtos importados e impactar o custo de viagens internacionais. Além disso, a alta do dólar pode influenciar diretamente a inflação, já que muitos produtos consumidos no Brasil dependem de importações.

Embora o governo tenha anunciado medidas fiscais para tentar equilibrar o orçamento, a reação do mercado ainda será um fator determinante para o comportamento do valor do dólar nos próximos dias. Por enquanto, a incerteza continua a dominar o mercado cambial, deixando muitos investidores apreensivos quanto ao futuro econômico do Brasil.

Fonte: InfoMoney


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